No momento atual de pandemia do novo coronavírus, é importante que seja mantido um programa de condicionamento físico por conta da saúde; saiba mais sobre
O mundo enfrenta uma pandemia por conta do novo coronavírus (Covid-19), a qual trouxe um cenário único e com novos desafios para a atual geração. Para conter o avanço do vírus em muitos países, incluindo o Brasil, adotaram-se medidas de restrição social. Entre essas medidas constam a suspensão de eventos esportivos (incluindo os Jogos Olímpicos) e o fechamento de academias; medidas as quais geraram perturbações na rotina de treinamentos dos atletas, especialmente dos atletas de esportes de combate, devido ao contato físico durante as atividades. A duração da restrição social é incerta, pois depende de diversos fatores, como diminuição dos números de infectados, números de leitos disponíveis, descoberta de medicamentos ou vacinas, e impactos econômicos. Diante desse cenário, treinadores e atletas possuem novos desafios para minimizar os efeitos negativos da restrição social sobre o desempenho físico e técnico-tático dos lutadores. Nesse sentido, algumas medidas podem ser consideradas.
É importante que seja mantido um programa de condicionamento físico por conta da saúde. A prática regular de exercícios físicos pode auxiliar na manutenção de uma boa função imune, o que é essencial para reduzir os riscos de uma infecção viral. No entanto, é preciso atenção para que essa rotina de treinos não seja excessiva, o que poderia ser prejudicial à imunidade. Portanto, é necessário atenção aos sinais de excesso de treinamento e má recuperação, como dor de garganta, irritações na pele, coriza e perturbações no sono e/ou apetite. Embora os atletas estejam treinando menos que o habitual, o estresse do confinamento pode ser por si só um fator que colabora para uma menor tolerância ao exercício.
Outro ponto importante da manutenção de um programa de condicionamento é minimizar a perda de desempenho físico e facilitar o retorno às competições, diminuindo o risco de lesões por conta de um aumento rápido das cargas de treino no período pós-restrição social. As datas de retorno das competições são incertas, mas é plausível imaginar que por conta de fatores econômicos, esse retorno seja tão logo quando decretada a flexibilização das regras de isolamento. Vale lembrar que alguns eventos, como o UFC, estão tomando medidas e precauções para a realização de eventos mesmo durante a pandemia. Diante disso, deve-se considerar que períodos completos de inatividade física devem ser evitados, pois a inatividade promove perdas da aptidão cardiorrespiratória, força e potência muscular. Sendo assim, mesmo que as condições atuais tenham trazido limitações quanto as estruturas de treino, é preciso treinar nas condições disponíveis, adaptando sessões e exercícios dentro das possibilidades (ex: exercícios com peso corporal, uso de elásticos e saco de pancada). Sempre que possível os lutadores devem buscar exercícios com demandas semelhantes às lutas (ex: blocos de exercício com tempo de combate oficial, alternância de ações de alta e baixa intensidade) e gestos técnicos da própria modalidade como socos, chutes, entradas de queda e drills para a luta de chão.
A prática regular de exercícios também pode auxiliar para que não ocorra um aumento abrupto da massa corporal, o que tem sérias implicações nos esportes de combate, visto que os atletas são divididos em categorias de peso. No entanto, é fundamental que os atletas cuidem da alimentação, priorizando o consumo de vegetais (frutas, legumes e verduras), evitando o consumo de alimentos industrializados e processados, e, quando necessário, ajustando/interrompendo o consumo de suplementos alimentares.
Fonte: Istoé – Artigo: quais são os principais desafios para atletas durante a quarentena e como superá-los
Por Leonardo Vidal Andreato