O faixa preta (Black Belt) é aquele que recebe todas as atenções e todos os olhares! Por isso ele precisa se concentrar em ser o melhor possível, pois além de levar o seu nome ele também está levando o nome da academia que o formou e principalmente do nosso esporte.
Muitos associam o faixa preta ao cara extremamente técnico, o que sem sobra de dúvidas deve ser um de seus atributos, mas ser um faixa preta é muito mais do que apenas conhecer, executar e ensinar posições. É ter caráter, ser um bom exemplo dentro e fora do tatame e claro ser um grande conhecedor da arte de maneira geral, tanto da prática como da teoria!
Se você já é um faixa-preta, a lista vale como uma revisão de sua carreira e até como um estímulo para você criar o seu próprio plano de metas até a faixa-coral. Confira!
- Gostar de Jiu-Jitsu — não adianta ser faixa preta se não gosta de treinar jiu jitsu
- Amar o Jiu-Jitsu — é necessário andar com o jiu jitsu estampado no peito
- Respeitar o Jiu-Jitsu — a humildade tem que vir sempre em primeiro lugar
- Aprender a dosar força e técnica, de modo que você lute durante o máximo de tempo sem cansar.
- Entender que a faixa não é o único objetivo, mas uma consequência do esforço e aprendizado. A pessoa que tem como meta apenas pegar a nova faixa limita o próprio potencial, que é sempre algo enorme e desconhecido. Em vez de se concentrar nisso, preocupe-se em desenvolver aspectos técnicos da luta.
- Saber o programa de aulas básico de cor e salteado.
- Estudar a fundo as técnicas de defesa pessoal. Ou você pretende ser um faixa-preta que se desespera para sair de uma gravata qualquer?
- Fazer um treino duro com o próprio mestre.
- Fazer vários amigos de fé na academia.
- Disputar um campeonato – e voltar com a medalha de ouro para casa.
- Disputar um campeonato na categoria absoluto.
- Perceber que no fundo, no fundo, pontos e cronômetro não existem, enquanto não há nada mais real que os três tapinhas.
- Participar de um seminário ministrado pelo seu grande ídolo.
- Aprender inglês. Do jeito que o mercado do Jiu-Jitsu é, você vai ter que se comunicar em outros continentes.
- Saber dar um armlock voador, mesmo entendendo que não é um golpe para ser usado toda hora.
- Lutar um Mundial de Jiu-Jitsu.
- Inventar algum golpe ou movimentação.
- Dar um nome bem original ao golpe criado, como por exemplo “borboleta sem asa”, “pega-bobo” ou “bola de fogo”.
- Experimentar variadas dietas até descobrir duas ou três que realmente funcionam para estimular o seu corpo, antes, durante e depois das competições.
- Fazer ao menos um ano de judô – caso o treino intenso de quedas não seja um costume de sua academia.
- Aprender a perder.
- Aprender a vencer.
- Encontrar o tipo de kimono cuja modelagem se ajuste melhor ao seu corpo.
- Afiar o surfe, pois você ainda vai participar do Campeonato Black Belt de Surfe.
- Se o surfe não for a sua praia, desenvolver outra atividade ao ar livre, para se energizar nos dias fora da academia.
- Aprender a ensinar. O que inclui saber conduzir uma aula completa, planejar o aquecimento específico para o treino do dia, casar os treinos com coerência, saber deixar o aluno novamente calmo ao fim do treino para ir para casa, entre outros pontos. “Na marrom, o atleta promissor pode dar uma aula com o faixa-preta do lado, como um estágio, um teste”, sugere o professor Raphael Abi-Rihan.
- Ler o manual de regras do Jiu-Jitsu da IBJJF.
- Próximo à faixa-preta, participar de treinos simulados de vale-tudo, conhecidos popularmente como treinos de bloqueio e taparia. Situações reais de luta são extremamente importantes para afiar sua defesa pessoal, saber o tempo de entrada de queda e lapidar outros aspectos.
- Raspar o cabelo, nem que seja uma só vez (pra ficar com cara de bad boy, rs)
- Tentar fazer aulas particulares – vitais para dar um refino técnico e aprender macetes com seu professor.
- Oferecer-se de sparring para seu mestre, especialmente em aulas particulares, em que você também vai aprender muito.
- Montar sua bibliografia básica sobre artes marciais. Quanto mais livros (e vídeos e DVDs), melhor.
- Lutar, com todas as forças, para aquele apelido que botaram em você não pegar.
- Aceitar o apelido, se pegar.
- Emplacar um bom apelido em algum parceiro.
- Incentivar uma criança a começar no Jiu-Jitsu. Afinal, elas são o futuro do esporte.
- Adquirir autocontrole.
- Usar suas habilidades técnicas e seu gás para sair de alguma enrascada. Aventuras fazem parte da história de qualquer grande faixa-preta.
- Não deixar o seu bom Jiu-Jitsu subir à cabeça – mantenha os pés no chão.
- Saber reagir. Não existe uma cartilha exata sobre como você deve proceder em cada situação, mas o professor Carlos Gracie Jr. costuma ensinar uma lição clássica. Quando alguém estiver o incomodando, no cinema, no avião em qualquer lugar, pense antes de agir: se essa pessoa fosse o Brock Lesnar, o que você faria? Há horas que você decididamente tem de interceder, e ir falar com o chato. Mas faça sempre com educação – sem covardia. Seja a pessoa uma velhinha, um grupo de adolescentes ou o campeão dos pesados do UFC.
- Não deixar nunca de treinar o Jiu-Jitsu básico, bem como a defesa dos golpes.
- Ter um fisioterapeuta camarada, que depois de tantas consultas já faz aquele desconto quando surge uma nova lesãozinha.
- Ter a sua receita favorita de açaí.
- Descobrir a sua melhor hora de treinar, e entender se o seu corpo responde melhor aos treinos duros à noite, à tarde, ou de manhã cedo.
- Sempre elogiar seus alunos e os país dos alunos pelo bom comportamento.
- Estudar o básico da história do seu esporte, e saber quem foram e o que fizeram os pioneiros do Jiu-Jitsu.
- 47. Todo faixa-branca já viu mais de cem vezes, então não é você que vai deixar de assistir: reveja, volta e meia, as primeiras e gloriosas vitórias do Jiu-Jitsu nos ringues. Afinal, conhecer os feitos de Carlson, Royce, Rickson, Renzo, Ralph e Minotauro, por exemplo, é entender como o Jiu-Jitsu chegou tão longe.
- Após tantos anos de torções, descobrir o golpe para o qual você não bate de jeito algum – uma chave de pé, uma guilhotina…
- Ser flexível; descubra seu programa de alongamento favorito.
- Equiparar seu jogo por baixo ao seu modo de lutar por cima – ou pelo menos chegar perto disso.
- Conversar muito com os mais graduados e velhos mestres.
- Esquecer as bombas.
- Registrar em fotos o auge de sua forma física. Além de servir como acompanhamento, isso vai motivar a não deixar o shape cair, mesmo com o passar dos anos – e das faixas. E você ainda terá uma bela fotografia para um dia tirar onda com os filhos e netos…
- Fazer uma viagem inesquecível para lutar ou treinar Jiu-Jitsu com a equipe.
- Representar bem e divulgar a bandeira do nosso Jiu-Jitsu na sua comunidade, e no exterior.
- Testar seus conhecimentos teóricos acerca do Jiu-Jitsu em provas escritas, como as realizadas na Escola Leão Teixeira, no Rio, ou na Universidade do Jiu-Jitsu, em San Diego, entre tantas outras escolas.
- Acostumar-se ao desconforto. Afinal, como dizia Wallid Ismail, “é tempo ruim o tempo todo”.
- Se dar mal com as mulheres por causa da sua orelha.
- Se dar bem com as mulheres por causa da sua orelha.
- Ter tido no mínimo 17 kimonos até pegar a preta. Se não, você não gastou pano o bastante…
- Doar seus kimonos velhos para projetos sociais e alunos iniciantes.
- Entender a dinâmica do seu corpo, afinal cada biótipo se adapta de um jeito diferente ao Jiu-Jitsu. O seu jogo deve estar em sintonia com o tipo de corpo que você tem.
- Respeitar os faixas-brancas. E azuis, roxas…
- Desenvolver sua flexibilidade mental. Em qualquer campeonato no mundo, é comum você competir mais tarde ou mais cedo do que o esperado, mudar de área de luta pouco antes do combate… “Nesses casos, relaxe e aceite. A ausência de um pensamento rígido permite que você tire o melhor de cada experiência e evolua”, ensina nosso colunista Martin Rooney.
- Absorver qualquer nova técnica que lhe é ensinada, mesmo que não se torne sua especialidade. Certamente pode ser a de algum oponente.
- Pelo menos uma vez na vida, decidir competir em algum torneio em cima da hora. Lembre que não existe uma fase “perfeita” para lutar, vá e lute – e quem sabe será a hora perfeita.
- Bater, bater e bater, várias vezes. E, quem sabe, até dormir num golpe. Faz parte, tudo é aprendizado até a condecoração máxima.
- Fazer uma luta (ou vá lá, no mínimo um treino) sem tempo ou pontos, até pegar.
- No caso de ter amigos em outras academias, visitar novos ambientes. “Gostaria de ter ido treinar mais com outros atletas, para testar o meu Jiu-Jitsu sem a pressão dos campeonatos. Sinto falta por não ter treinado com o Amaury, Libório, Roleta, Cachorrão e Pé de Pano”, revela Saulo Ribeiro.
- Ser o herói de alguém – nem que seja do seu irmão mais novo.
- Explicar mais de uma vez, a diversos amigos, a filosofia do Jiu-Jitsu, e não perder a paciência quando ouvir, “Mas luta não é coisa de ignorante, não?”
- Ser convidado para ajudar na segurança daquela festa de amigos. Nem que seja para recusar elegantemente, apesar de sentir-se orgulhoso por dentro.
- Ter um campeão de jiu jitsu como atleta favorito.
- Dar uma moral, do jeito que você puder, a algum projeto social tocado por você ou um faixa-preta parceiro seu.
- Ter o Jiu-Jitsu como estilo de vida e aproveitá-lo ao máximo. Para isso, deve-se entender que a arte não se resume a uma modalidade esportiva.
- Descobrir o que é persistência na própria pele – afinal, é quase certo que você vai ficar um tempo parado por conta de uma lesão. Mesmo assim, não esmoreça.
- Manter a vontade de estar sempre aprendendo;
- Decifrar expressões curiosas como “nó-de-porco”, “creonte”, “calçar a bota”, “amassa-pão”…
- Soltar volta e meia um “… bicho” no final da frase, e saber que isso nunca saiu de moda.
- Descobrir o que te motiva antes de um treino e o que serve como alívio após um dia ruim na academia – seja uma música, um filme, uma leitura ou algum pensamento positivo.
- Desenvolver um estilo próprio como lutador.
- Desenvolver um estilo próprio como professor.
- Entender que cada “façanha” ou briga desnecessária não acrescenta nada a um praticante, e sim representa um passo atrás na sua busca pelo reconhecimento no Jiu-Jitsu. Como afirma Saulo: “Eu nunca daria a faixa-preta a uma pessoa sem escrúpulos, ou melhor, essa pessoa nem treinaria comigo porque eu não seria capaz de abrir minha alma para ensiná-lo.”
- Encontrar um meio de tirar prazer das grandes e pequenas coisas no Jiu-Jitsu, desde o aquecimento até os dias ruins na academia e as derrotas.
- Aprender noções de primeiros socorros.
- Aprender a lidar com o medo, a insegurança e a ansiedade que todos temos, uns mais, outros menos. Por isso a competição é um dos melhores ambientes para se autoconhecer, não só como atleta.
- Entender sua responsabilidade como atleta graduado. “Se o cara pretende ser professor a responsabilidade é ainda maior, já que deve ser o exemplo para os que serão seu espelho. O Jiu-Jitsu não tem apenas a função de criar bons lutadores, mas homens capazes, dignos e honrados de levar a bandeira do Jiu-Jitsu adiante. Essa é a maior responsabilidade do faixa-preta”, ensina Robert Drysdale.
- Refletir sobre os erros.
- Depois de crescer com o erro, tirá-lo dos ombros.
- Enxergar a faixa-preta como um começo, não como o fim do caminho. “Aprimorei muito meu jogo depois que cheguei na preta”, lembra Marcelo Garcia.
- Pelo menos a partir da faixa-marrom, competir também sem kimono.
- Inovar nos exercícios. Não passe o resto da vida fazendo polichinelos.
- Enxergar o mais rápido possível que a academia não é lugar de competir, e sim de treinar e tentar posições. “Só batendo e exercitando suas deficiências você vai se tornar um lutador completo. Esse negócio de ‘ganhar treino’ é bobagem e limita o jogo e o aprendizado”, lembra Saulo.
- Experimentar técnicas de respiração, Ginástica Natural e ioga, para auxiliar seu desempenho como atleta. Apesar de vistas com desconfiança antigamente, hoje tais recursos estão largamente consagrados por grandes lutadores – inclusive do UFC.
- Preparar seu discurso antes da cerimônia de recebimento da faixa.
- Criar a sua própria lista com 50, cem ou 200 metas que você VAI cumprir até a faixa-preta.
- Aplicar a principal lei do Jiu-Jitsu (“mínimo esforço para a máxima eficência”) em sua própria vida. Enfrente os desafios da maneira mais simples possível, pois certamente este será o modo mais eficiente.
- Sair da internet e ir treinar!
- Criar uma ação beneficente para ajudar ao próximo.
- Ter sempre em mente que sempre existirá alguém melhor que você e o importante é sempre procurar melhorar.
O nosso amado Jiu Jitsu é um esporte que preza o respeito e a disciplina entre seus praticantes, e entre as demais pessoas que fazem parte de seu convívio, e infelizmente havia a um tempo atrás aquela cultura de que o esporte era lugar para violência! Desde modo afastava crianças e mulheres dos tatames, mas graças a persistência essa cultura vem sendo desmistificada, e uma das pessoas mais importantes para manter esse conceito positivo sobre as artes marciais é o faixa preta, pois ele mesmo que indiretamente se tornar um grande exemplo dentro da academia e suas atitudes serão copiadas pelos demais!